O 6º painel da Conferência Conectando Brasilidades foi mediado por Caio Fanha do Centro Universitário do Pará (Cesupa). O painel com o tema Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável contou com a participação de Raphael Medeiros do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Gabriela Souza da AMAZ – Aceleradora de Impacto do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Jaqueline Almeida do Instituto Bem da Amazônia e da Plataforma Amazônia Vox.
O painel destacou a importância do cidadão da Amazônia tornar-se protagonista do desenvolvimento sustentável e destacou a urgência na solução dos problemas atuais para justificar ao amazônida, sob o viés econômico, a preservação da floresta como geradora de riqueza.
Gabriela informou sobre a atuação da AMAZ na aceleração de negócios sustentáveis na Amazônia e Jaqueline citou o Instituto Bem da Amazônia e a Plataforma Amazônia Vox, que busca dar visibilidade a iniciativas locais e fortalecer a identidade regional. Ela convidou os participantes a se cadastrarem na plataforma colaborativa e mencionou planos de apoio financeiro aos produtores locais, incluindo cursos de gestão de projetos e captação de recursos.
Raphael explicou a criação do Centro de Empreendedorismo da Amazônia e seu foco em negócios sustentáveis na região, com educação, ideação, consultoria e investimento. Sempre com valorização do conhecimento tradicional na formação de negócios. Gabriela enfatizou a inovação e conexão como pontos-chave. Ela apresentou o programa PPBio que conecta conhecimento acadêmico com negócios sustentáveis destacando o projeto “Amazônia em Casa, Floresta em Pé”, uma iniciativa de acesso ao mercado para produtos da sociobiodiversidade. Ela comentou sobre a importância da conexão com o mercado consumidor e a força do movimento coletivo para ampliar o impacto dos negócios sustentáveis na região.
Desenvolvimento Sustentável: o papel do cidadão amazônico e da Educação
Os participantes discutiram o desafio de valorizar a região amazônica e superar a falta de autovalorização dos habitantes locais. Raphael ressalta que a educação é a chave para transformar a mentalidade das pessoas e promover o orgulho da região, incentivando uma visão positiva do que a Amazônia tem a oferecer. “Isso é fundamental para mostrar o valor da Amazônia e de ser amazônida”, disse. Jaqueline destacou a importância de compartilhar pautas positivas e destacar as referências locais de sucesso para inspirar os jovens.
Caio concordou que a educação interna é essencial para mostrar o potencial da região e encorajar a geração jovem a se valorizar e valorizar a região em que vivem. Para ele, a educação precisa mostrar os recursos e conhecimentos tradicionais da Amazônia que podem ser transformados em oportunidades de negócios, sobretudo, investir para construir referências internas de sucesso que os jovens possam se identificar. Jaqueline complementou a discussão sobre comunicação e visibilidade, ressaltando a importância de dar destaque às pessoas que amam viver na Amazônia. Ela citou exemplos de jovens indígenas e artistas locais que estão trazendo visibilidade positiva para a região.
Gabriela disse que a criação de oportunidades é crucial e eventos como a Conferência BEFW são uma forma de gerar oportunidades e construir referências para inspirar as novas gerações a valorizar a Amazônia.
No geral, os participantes destacam a necessidade de uma abordagem educacional, de comunicação e de criação de oportunidades para mudar a mentalidade das pessoas em relação à região amazônica e incentivar o orgulho e a valorização do que ela tem a oferecer.
Caio expressou sua preocupação com a falta de valorização dos saberes tradicionais das comunidades ribeirinhas e ilhas da região amazônica. Ele destaca a importância de preservar e potencializar esses saberes, pois representam uma riqueza cultural e científica valiosa. Raphael alegou que não há ainda percepção de valor, afirmando que muitas vezes as próprias comunidades não percebem o valor de seus recursos e saberes. Ele sugeriu a conexão entre Economia Criativa e a cultura por meio do turismo de vivência como forma de ajudar na valorização dessas atividades produtivas. Ações deste tipo podem contribuir para o fortalecimento econômico das comunidades.
Inovação, narrativas de impacto e oportunidades para startups na região
No assunto aceleradoras e investimento-semente para Startups, Raphael mencionou que existem programas que oferecem capital semente em diferentes fases de desenvolvimento da Startup. Ele ressaltou a importância de trocar informações e estar conectado com comunidades locais de inovação, como o “Açaí Vale” em Belém e o “Tucuju Vale” em Macapá, para obter apoio e orientação.
Caio mencionou parcerias com o ecossistema de inovação “Cria” no Cesupa. Ele falou sobre a importância de buscar apoio em instituições como o Sebrae e aproveitar as oportunidades disponíveis para desenvolver projetos. E também destacou a necessidade de estudar o mercado, definir nicho, criar diferenciais competitivos e considerar a cadeia como um todo para construir projetos sólidos.
Gabriela complementou a discussão destacando que há recursos disponíveis para projetos na região amazônica, mas muitas vezes faltam bons negócios ou narrativas de impacto sólidas. Ela recomenda construir narrativas consistentes e intencionais para os negócios, destacando como eles se diferenciam e como pretendem resolver problemas. Ela também destacou a importância de empreendedores locais ocuparem um papel de destaque na construção de mercados e negócios na região.
No geral, a conversa abordou a importância de construir narrativas sólidas, definir nichos de atuação, buscar apoio em instituições locais e aproveitar as oportunidades para desenvolver negócios na região amazônica.
Jaqueline disse que um projeto precisa responder as questões cruciais como “Qual a mudança que eu quero promover?” e “Como a minha comunidade será beneficiada?”. A comunidade poder ser sobre as pessoas da rua que o proponente mora, uma área, etc. O que importa é ter essa resposta clara sobre transformação, impacto e resultado.
Rafael Morais, empreendedor por trás da plataforma de moda Brasil Eco Fashion, que promove a Conferência de Abertura em Belém como parte da programação da 7ª edição da semana de moda sustentável BEFW, contribui no painel ressaltando para o público a importância de buscar oportunidades, desenvolver projetos e transformar ideias em negócios. Ele enfatiza que é imprescindível aproveitar o momento positivo e diverso do Brasil para fortalecer negócios locais e culturais.
O mediador Caio propõe aos convidados o fechamento do painel com ênfase no conceito de “Floresta em Pé” na região amazônica. Jaqueline destacou a relevância da Amazônia para a humanidade incentivando os empreendedores a considerarem os resultados e diferenças que seus projetos podem fazer a região. Raphael acrescenta que é preciso suprir as necessidades locais, criar opções dignas para os jovens na região, oferecendo alternativas ao desmatamento e promovendo o uso sustentável da floresta.
Economia Criativa para transformar a percepção da floresta amazônica
Gabriela falou sobre a importância da Economia Criativa como uma ferramenta para mudar a perspectiva coletiva sobre a floresta. O setor envolve os mercados e os consumidores por meio da gastronomia, da moda, do design, do artesanato, para alterar a percepção da floresta, que deixa de ser vista apenas como um risco ambiental para se tornar um ativo valioso. Ela sugere que os empreendedores explorem a economia criativa para promover uma mudança no pensamento coletivo e ressalta a importância de construir conexões e parcerias no desenvolvimento dos negócios.
E assim, Caio encerra a conferência agradecendo a participação dos presentes e mostrando otimismo quanto ao impacto do evento na promoção de conexões e novas oportunidades de negócios.
Rafael Morais, do BEFW, agradece aos convidados e presentes, expressando satisfação com os resultados da 1ª Conferência itinerante realizada em Belém-PA denominada Conectando Brasilidades. Declarou a expectativa de fomentar novos negócios e conexões, ao mesmo tempo que tenha sido mais um espaço para celebrar a identidade brasileira e a diversidade da Amazônia presente na semana de moda sustentável BEFW desde a primeira edição, em 2017.
Assim, Rafael Morais conclui a conferência de abertura da 7ª edição da semana de moda Brasil Eco Fashion Week expressando seu contentamento e aguardando a criação de novas oportunidades e conexões.
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