Conferência BEFW: insights do painel Conectando Brasilidades

Publicado em 14 de agosto de 2023

No 2º painel da Conferência da semana de moda sustentável Brasil Eco Fashion Week (BEFW), Conectando Brasilidades, Rafael Morais, idealizador e diretor executivo da Plataforma Brasil Eco Fashion, inicia a abertura da 7ª edição BEFW agradecendo o patrocinador master Lojas Renner, o patrocinador Mercado Livre e o co-patrocinador Vert Shoes.

No evento realizado em 10 de agosto, em Belém, PA, Rafael agradeceu diversos apoios locais para a realização da Conferência como o Senai, o Sebrae e o Senac Pará, além do Territórios pela Paz (TerPaz) que realiza as Usinas da Paz em parceria o Governo do Estado. Estendeu os cumprimentos ao Centro Universitário do Pará (Cesupa) e Universidade da Amazônia (Unama) que promoveram e contribuíram com conteúdos do evento.

Participaram deste painel Clarisse Chagas, gestora do Senai Moda Pará, Celeste Heitmann, gerente da Diretoria de Indústria, Comércio e Serviços (DDICS) e também da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME) e Espaço São José Liberto (Polo Joalheiro), além de Igor Silva, gerente da agência metropolitana do Sebrae Pará e Alessandra Amaral, Secretaria adjunta da Secretaria Estratégica de Articulação e Cidadania (SEAC) e Representante do TerPaz.

Brasil Eco Fashion Week realiza conferência em Belém - PA

Integração da Criatividade Local e Indústria da Moda

Clarisse confirmou que as portas do Senai estão abertas para os empreendedores da Moda e que a instituição está em processo de estruturação para redirecionar o olhar para a criatividade. Isso porque as pessoas relacionam o Senai apenas com a indústria, mas não dá pra pensar na indústria sem criatividade e sem olhar para a cultura local. “Nós queremos dar voz, abrir espaço para ajudar a movimentar a Economia Criativa. O nosso espaço está ao alcance de todos interessados em transformar”, disse.

A gestora afirmou que os cursos são estruturados com base no perfil do amazônida, que ntem a sua a própria linguagem. Por isso, a instituição garante também espaço para o fazer manual. Ela convida a todos para conhecer com mais profundidade a própria unidade de Moda do Senai e os cursos de capacitação e de incentivo a criação de negócios.

Celeste aborda o DEDICS, responsável por fomentar o Arranjo Produtivo Local (APL) de moda do Estado do Pará. Como exemplo, cita o Polo Joalheiro no Espaço São José Liberto que reúne talentos do Estado. No local há ourivesaria, moda, artesanato e gastronomia. Também promove atividades como workshops, oficinas, palestras e exposições como a atual sobre o Xingu. Rafael diz reconhecer o Polo Joalheiro como uma Casa de Cultura e como um importante canal para as pessoas acessem os empreendedores.

Em sua fala, Igor declara que apesar de trabalhar no Sebrae há 20 anos, só recentemente está na unidade em Belém. Por causa dos estudos, esteve uma temporada no Marajó, e confessa que momento foi marcante porque descobriu toda a riqueza da arte e da gastronomia do seu Estado, descobriu a criatividade como valor. Sua percepção sobre sustentabilidade foi ampliada quando participou de um projeto voltado para a Inovação onde presenciou uma apresentação sobre o tingimento natural na Moda. Destacou que os programas de aceleração como Sebrae Colab Moda e o Inova Amazônia estão abertos para a participação de interessados. Para ele, a COP30 é uma oportunidade econômica para os pequenos negócios. “Esse é um momento oportuno para empreender”, afirmou. Rafael ressaltou para a plateia que o Sebrae, Senac e o Senai estão focados na formação de micro, pequenos e médio empresários e devem ser consultados para facilitar a jornada.

Alessandra é coordenadora do TerPaz, programa prioritário do governo, voltado para a segurança pública, mas sempre envolvendo Saúde, Educação, Cultura. A partir do TerPaz, surgiu a Usina da Paz que leva serviços de cidadania em sete unidades e em carretas itinerantes com orientação de servir a população em todas as regiões do Estado. Há cursos de corte e costura, artesanato e fomento para o empreendedorismo. Para a coordenadora, o programa de política pública ajuda também no âmbico do relacionamento da comunidade. Dito isso, ela aproveita para agradecer o diretor da plataforma Brasil Eco Fashion por sua palestra sobre Sustentabilidade em uma das unidades do programa.

Considerações do público do painel Conectando Brasilidade 

O segundo painel abriu espaço  para considerações e perguntas. Grazi Ribeira, conselheira no setorial de Moda no município de Belém, questiona para onde vão as pessoas após os cursos na Usina da Paz e qual o próximo passo após a formação. Também quis saber sobre apoio ou incentivo para a criação de negócios. Em suma, como é potencial transformador deste trabalho.

Celeste do TerPaz diz que muitas mulheres empreendem em seus pequenos negócios com vendas pela internet. Na gastronomia, elas costumam procuram emprego em restaurantes. O governo do Estado oferece o Empodera, um programa de financiamento para quem quer investir no negócio em suas próprias casas. No entanto, não há ainda um programa para fortalecer a circulação das mercadorias.

Igor do Sebrae comenta que depois da qualificação, o Sebrae ajuda na formalização do empreendedor e também apoia no desenvolvimento do negócio para quem já está no mercado.

Clarice do Senai diz que é importante unir a moda e o design. “Estes segmentos estão dispersos e não estão acessando os recursos disponíveis por via das políticas públicas”, afirmou. E sugere que os empreendedores se agrupem para viabilizar acesso aos recursos destinados para este setores da Economia Criativa.

Conferencia Moda Sustentavel em Belem, PA

A costureira Helenilda Pinto se posicionou. Declarou ser formada como costureira pelo Senac dentro do Usina da Paz e contou sobre o projeto integrador, realizado por sua turma. A coleção “O Pará em retalhos” estava exposta no evento. Ela revela que, das 20 mulheres envolvidas poucas devem conseguir se estabelecer como profissionais porque elas não têm recursos nem para a matéria-prima. A costureira declarou que iniciou a universidade de moda aos 60 anos. Ela tem planos de construir uma cooperativa de moda sustentável, mas constatou que há muita dificuldade de conseguir financiamento para empreender por causa da burocracia.  “Peço que olhem para nós, os profissionais. Quero ganhar dinheiro com minhas inspirações”, insistiu.

Rafael reforçou que o comentário da costureira é bastante justo. “Seja por associação, cooperativa, microempreendedor, pequena ou média empresa, a produção de uma peça de moda envolve muitas pessoas e todas devem ser bem remuneradas”. Rafael conclui o painel sugerindo aos empreendedores estarem atentos aos editais. Novas oportunidades vão surgir, porque além da COP30,  a Cultura e o Meio Ambiente voltaram a estarem em evidência no país e isso está relacionado à moda sustentável. Igor do Sebrae completou indicando caminhos para ajudar. Ele citou programas com acesso a fundos e concluiu: “de fato, este é um momento perfeito para empreender”.

Conferência Moda Sustentável em Belem PA

 

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