Um diálogo sobre Moda e Justiça Climática

Publicado em 03 de dezembro de 2022

6ª edição BEFW 2022 – O encontro explora a necessidade da moda abordar a justiça climática, destacando o impacto da indústria no desmatamento e a importância de integrar perspectivas diversas e direitos humanos no movimento ambiental.

No vídeo intitulado “Moda e Justiça Climática”, os participantes discutem a interseção entre moda e a crise do clima. A apresentadora Eloisa Artusa, pesquisadora e designer focada em justiça social na moda, expressa gratidão pela presença da audiência e apresenta as convidadas: Karina Penha, uma bióloga ambiental e ativista pela justiça climática, e Núbia Werreria, uma líder indígena, artista e ativista ambiental e Yamê Reis, idealizadora e realizadora do Yamê Reis é idealizadora do Rio Ethical Fashion e coordenadora de Design de Moda no IED e também autora do livro O Agronegócio do Algodão.

Eloisa Artusa enfatiza a importância de a indústria da moda reduzir suas emissões pela metade até 2030 e destaca a necessidade de abordar a justiça climática de maneira inclusiva em relação ao gênero. As convidadas compartilham então suas perspectivas sobre a relação entre moda, desmatamento e mudanças climáticas.

Yamê Reis destaca o impacto significativo da indústria da moda no desmatamento, especialmente na Amazônia. Ela ressalta como o Brasil, como grande produtor de algodão, agora se apresenta como líder em algodão sustentável. No entanto, essa afirmação de sustentabilidade é questionável, uma vez que a indústria do algodão é altamente vulnerável às mudanças climáticas e contribui para a degradação da biodiversidade e do solo.

A necessidade de integrar perspectivas indígenas e afrodescendentes no movimento ambiental

Núbia Werreria discute a exploração histórica das terras indígenas e os impactos do agronegócio nas comunidades locais. Ela também destaca a conexão entre a dominação da terra e a dominação dos corpos das mulheres, enfatizando a importância de lutar pela justiça climática como uma questão de vida ou morte.

O conceito de justiça climática é introduzido por Karina Penha como um termo originário dos Estados Unidos. Ela explica como ele surgiu como uma forma de abordar a interseção entre justiça ambiental e racial, visando incorporar direitos humanos no movimento ambiental. Karina enfatiza a necessidade de diversidade e inclusão no movimento ambiental para garantir que as soluções sejam relevantes e acessíveis a todas as comunidades.

A discussão então se volta para as experiências das convidadas na conferência climática COP26. Núbia Werreria expressa desapontamento com a falta de ação e a dependência de compensações financeiras em vez de enfrentar as causas fundamentais da destruição ambiental. Ela descreve a urgência da crise climática e compara os crimes ambientais atuais a atrocidades históricas, como a escravidão.

No final, as participantes enfatizam a necessidade de agir imediatamente para proteger o planeta e as comunidades vulneráveis.

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